SOBERANIA DIGITAL E SOFTWARE LIVRE: BRASIL DEIXE DE SER UMA COLONIA DIGITAL!
Os Estados Unidos da América estão dispostos a colocar em xeque a soberania de um país em prol dos seus interesses. Isso não ficou no passado, durante a Guerra Fria, quando o mesmo país tentou enfraquecer o governo de João Goulart e ofereceu suporte logístico e militar para o golpe de 64, do qual tinham conhecimento muito antes, conforme afirmam documentos revelados pela CIA (Agência Central de Inteligência) e NSA (Agência de Segurança Nacional), órgãos norte-americanos de inteligência.
Tal tática permaneceu após a ditadura militar, já que foi oferecido treinamento militar e apoio para combater “insurgentes” no Brasil — sempre com os Yankees por trás. A proximidade entre Brasil e Estados Unidos era clara: monitorar seus cidadãos e garantir seus interesses na América Latina.
O mesmo ocorreu com Pinochet no Chile, na Ásia, no Iraque e em tantos outros casos, deixando evidente que o “Brother Sam” está disposto a monitorar e espionar cidadãos brasileiros e líderes políticos. Isso ficou escancarado em 2013, quando Edward Snowden vazou documentos da NSA, expondo uma operação de espionagem através de falhas de segurança no sistema operacional da Microsoft (anotem isso). Os alvos incluíam líderes mundiais como Dilma Rousseff e até mesmo a Petrobras. As revelações foram publicadas pelo The Intercept — empresa esta que, curiosamente, também revelou mensagens centrais de uma operação judicial que tentou incriminar Dilma, Lula e seus aliados. Essa operação, com metodologia inspirada na Lei RICO (usada principalmente nos EUA com base em delações premiadas), foi conduzida por Sérgio Moro — pasmem — que recebeu treinamento, adivinhem de quem? Isso mesmo: dos EUA. Essa operação abriu uma fenda em nossa democracia, que acabou elegendo um presidente de extrema-direita que sempre apoiou abertamente a ditadura militar e que, em 8 de janeiro de 2023, tentou dar um golpe de estado. E acredito que não precisamos afirmar, neste momento, de quem ele tem recebido apoio para criar mais uma vez um caos político no Brasil. Mais recentemente, o gabinete do ex-presidente Donald Trump abriu um questionário sobre métodos de pagamento do Brasil, após acusar o magnífico PIX de ser uma prática desleal. Mas para que serve este breve resumo?
Recentemente, um estudo inédito de pesquisadores da USP revelou que o Brasil ainda gasta cerca de
10 bilhões de reais por ano com contratos de licença com big techs como a Microsoft e outras. Empresas essas que são norte-americanas e, naturalmente, são obrigadas a cuidar dos interesses do seu país — muitas vezes em detrimento do nosso.
Essa denúncia revela um risco iminente: o Brasil não é soberano no campo tecnológico. Primeiro, porque como população ainda usamos uma série de serviços norte-americanos: redes sociais (instagram, facebook e outras), softwares de texto(Microsoft Office), inteligências artificiais (chatGPT, Gemini)e, principalmente, sistemas na área de cibersegurança (RedHat).
Outro exemplo é o Cloud ACT (2018) que obriga empresas norte-americanas (estas mesmos que você muito provavelmente está usando para ler este texto) a fornecerem dados para o governo dos EUA mesmo se os dados estiverem armazenados fora dele, o que significa que nossos estados podem ser acessadosLEGALMENTEpor outro governo. Afinal, com este estudo revelado recentemente, muitos setores públicos usam hoje sistema como: AWS, GOOGLE, Microsoft Office entre outros, isto é um risco absurdo!
Diante de todos esses fatos, devemos acender um alerta vermelho: a soberania não está apenas no campo militar. As redes sociais, especialmente através de seus algoritmos, são grandes formadoras de opinião. Também podem fornecer dados sigilosos sobre a sociedade brasileira — seus pensamentos, desejos e comportamentos. Nossa autonomia e privacidade podem estar sendo observadas neste exato momento pelos Yankees, com o objetivo de promover desordem e influenciar, mais uma vez, nossa soberania enquanto povo.
E nós, enquanto povo, temos nossa própria identidade, língua, cultura, costumes, gostos e desejos.
Não podemos estar reféns, nem permitir sermos tratados como quintal ou laboratório de uma outra sociedade com outro idioma e outras prioridades.
Para isso, temos uma solução clara:
software livre e auditável. Usar softwares de código aberto garante auditabilidade. Garante que sabemos exatamente o que está sendo feito, para quem e como. Garante que nós mesmos podemos colocar nossa essência e nossas características ali.
Defender o código livre é essencial para acompanharmos, com transparência, nossa vida e nosso governo. É o caminho para termos soberania sobre nossas vidas.
O Brasil é pioneiro na produção de segurança tecnologia para o sistema bancário e possui diversas empresas estrangeiras em seu territórios para produzir softwares para eles, está na hora de começarmos a fazer nossas próprias ferramentas. Temos capital tecnológico, educacional e intelectual para isto!
Pois quem controla o código, controla o sistema. E quem controla o sistema, dita as regras do jogo.Soberania não é sobre fronteiras apenas, mas sim como pensamos, falamos e clicamos! Não podemos ser mais uma colonia digital!
FONTES:
https://comments.ustr.gov/s/submit-new-comment?docketNumber=USTR-2025-0043
https://www.nytimes.com/1976/12/20/archives/us-aided-brazilian-coup-in-1964.html
https://www.intercept.com.br/2025/07/08/brasil-torrou-10-bilhoes-em-um-ano-com-bigtechs