Para o #QuartaCapa cujo tema é "Livros em que doenças tem um papel central”, trago Veia bailarina (Ignácio de Loyola Brandão). Segundo o próprio autor, seu "livro de autoajuda". Foi escrito no contexto da descoberta, tratamento e cirurgia para operar um aneurisma cerebral. O relato autobiográfico traz memórias, reflexões e também ilustrações e fotos o tema: dados do prontuário, receitas, eletrocardiogramas, diagramas explicando a doença etc. Gosto muito dessas duas passagens:
p. 110: "Temos todos de participar da corrida, sendo que os vencedores se alternam em períodos cada vez mais curtos no pódio. Quem consegue eliminar a ansiedade por não estar no pódio; quem consegue simplesmente viver, tirar prazer e sentir alegria no estar vivo, encontrou o caminho. É excitante observar de fora. Estar à margem da neurose e da absoluta tensão. Não precisar provar nada, sustentar posições, não possuir montes de dinheiro, dispensar o status. Ganhar serenidade, atingir a felicidade relativa, uma vez que ela não existe absoluta".
p. 138: "Aonde foi aquele homem que queria viver aventuras? Não vivi nenhuma emocionante [...] Cada um vive sua aventura, desafia seus perigos ao seu modo , porque bem ou mal, consciente ou inconscientemente, desenvolvemos defesas e ataques, nosso modo de ser. Tudo o de que se necessita é um projeto, por menor que seja. Na verdade, não precisamos de muito na vida. Basta vivê-la sabendo olhar, desfrutar o momento, usufruir de cada coisa, mergulhar e não ficar à superfície dos amores, relações, crenças. Ficar ansioso pelo que seja de fato motivo para ansiedade. Não há tempo para se fazer isto? Não será feito, ou será feito o possível, dentro do limite. Há pessoas que rompem os limites? Há. Muitas. Que eu não fique angustiado por não ser uma. Não está em meu temperamento, não é do meu feitio. Não é conformismo nem acomodação, é suportar o real, não viver o imaginário. Quem está falando? Rompemos limites quando menos esperamos".
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Veia bailarina